9 de julho de 2012

Corvos


Sobre que tábuas segues teu caminho? Não há nada neste chão colorido. Apenas o sangue que o tempo deixou. O sangue desbota com a chuva, as cores escorrem, e se vão. A música vem do campanário da igreja no alto da colina. Aquela vigiada pelo mar. Aquele em que me deitei nas escadas e observei os corvos passando sob um céu alaranjado, desde o chão do campanário. As nuvens arroxeadas choravam crepúsculo naquele dia, escorria melancolia daquele céu escurecido. A noite vem do horizonte à esquerda. Voe belo pássaro de restos, que trajando luto, se esvai.